ESTUDAR COM OU SEM MÚSICA?

“Professor, eu devo estudar com som ou sem som?” Essa pergunta me foi feita, há pouco tempo e me dispus a responder ao interessado.

Conversando com colaboradores, alunos e amigos, obtive um universo de opiniões que podem ser resumidas nos quatro seguintes depoimentos:

“Eu só estudo com ‘rock paulera’”
“Eu só me concentro no trabalho com música sertaneja”
“Eu só estudo com música clássica”
“Eu produzo melhor no silêncio”

Essas quatro opiniões parecem sugerir que cada indivíduo se sente mais produtivo num ambiente que satisfaça o padrão estético da fase que ele esteja atravessando. Digo fase, porque todos estamos em processo de evolução e, com isso, nossos padrões de gosto e preferência vão mudando e progredindo também.

Porém, talvez seja interessante observar experiências realizadas por pesquisadores minuciosos, que apresentam resultados objetivos, capazes de enriquecer nossa visão do assunto.

No livro A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird – o pesquisador cita, entre dezenas de outras experiências, o fato de ter separado exemplares de plantas da mesma espécie, colocando-os em ambientes muito parecidos no que concerne a luminosidade, temperatura, exposição a vento etc. Diferente mesmo, o tratamento que lhes dispensou em termos de sonoridade: em um dos ambientes, reproduzia música de câmera, harmoniosa e tranquila; no outro, envolvia as plantas com “rock paulera” e outras modalidades musicais, de ritmos irregulares e/ou sonoridade conflitante. Após algumas semanas, pôde notar e fotografar que os exemplares submetidos a musicalidade harmônica e suave haviam-se desenvolvido de forma também harmoniosa e equilibrada, enquanto os demais, estimulados pela irregularidade rítmica e musicalidade desarmônica, mostravam folhas deformadas e de distribuição bastante irregular. Esse mesmo autor publicou trabalhos específicos para floricultores, apresentando uma grande lista de músicas e interpretações destinadas a ajudá-los a produzir várias dezenas de espécimes florais mais bonitos e valorizados.

Outro experimento importante você pode achar na internet – sob o título A Mensagem da Água – o resultado fotográfico de uma pesquisa realizada pelo cientista japonês Masaru Emoto. Tal pesquisa consistiu em expor água a determinados agentes, entre os quais, pensamentos, sentimentos, e inclusive tipos diferentes de sons… Após essa exposição, as várias mostras de água foram congeladas e, em seguida, fotografados os seus cristais. As fotos constituem um verdadeiro show do comportamento físico-químico das moléculas em reação a agentes sonoros – há outros tipos de agentes, porém não concernentes a este texto.

Com base nessas duas pesquisas, pode-se concluir que, embora haja fatores subjetivos a sugerir a este ou àquele indivíduo que ele produza mais com este ou aquele tipo de música, os que preferem estudar com fundo musical, talvez ampliem ou multipliquem sua produtividade em ambiente de musicalidade mais harmoniosa e equilibrada. Outro argumento importante consiste no fato de que o trabalho mais produtivo exige maior grau de concentração e as músicas agitadas e barulhentas contribuem no sentido da descontração e dispersão.